domingo, 30 de agosto de 2009

Percepções II

Domingo ensolarado, calmaria aqui no Ingá. Acho que a boa é ir conhecer o bar Decolores, na Ponta Da Areia. Quem indica é o Janir Júnior no seu blog "Rio de Chinelo", em odia.terra.com.br/blog/riodechinelo. Quem souber como faz para colar o link, sem exibir o endereço, por favor me fale. Ainda não aprendi e tô sem saco agora - o dia tá lindo, pô!

Em tempo, tô torcendo pro Wander Pires mandar bem na Viradouro. Ele é muito talentoso, sem dúvida, mas também muito doido, indisciplinado.
A Vira tá precisando de identidade, como tinha na época Dominguinhos, Ciça, Gustavo Clarâo, Luma e Juliana Paes. Saiu todo mundo!
A Escola, hoje, transparece um negócio mais "contravencional" do que carnavalesco.

A propósito, esse edital de licitação para organização dos desfiles de 2010, lançado pela Prefeitura do Rio tá dando o que falar.
Acho que as análises do Andreazza - www.tribuneiros.com - são bem realistas e esclarecedoras.
Discordo do Daniel Pereira - odia.terra.com.br/blog/sambaderede - quando ele diz que a LIESA promove a paz social na cidade do Rio de Janeiro. Posso me aprofundar depois nesse assunto.

Vamos nessa que o Decolores espera.
Abraços!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Nomes de Favela

Hoje, estive, pelo trabalho, no complexo de favelas de Manguinhos, mais precisamente no Parque João Goulart. Vi sujeira pra cacete, crack detonando os viciados, tráfico de maconha e gente na labuta do trabalho ou na batalha da sobrevivência. Ouvi som de tiro também. Escutei morador dizendo que quem diz que se acostuma com tiroteio tá mentindo pra si, tá falseando o sentimento pra poder seguir a vida.
Me lembrei do que compôs Paulo César Pinheiro, em "Nomes de Favela".
"...lá na favela a vida muda, ou todos os nomes vão mudar". Os nomes não mudaram e a vida do pessoal da favela continua tortuosa demais!
Segue letra:

O galo já não canta mais no Cantagalo
A água já não corre mais na Cachoeirinha
Menino não pega mais manga na Mangueira
E agora que cidade grande é a Rocinha!
Ninguém faz mais jura de amor no Juramento
Ninguém vai-se embora do Morro do Adeus
Prazer se acabou lá no Morro dos Prazeres
E a vida é um inferno na Cidade de Deus
Não sou do tempo das armas
Por isso ainda prefiro
Ouvir um verso de samba
Do que escutar som de tiro
Pela poesia dos nomes de favela
A vida por lá já foi mais bela
Já foi bem melhor de se morar
Mas hoje essa mesma poesia pede ajuda
Ou lá na favela a vida muda
Ou todos os nomes vão mudar

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Berço e chapéu

Hoje é aniversário do Serginho Correa, do simpático grupo Berço do Samba. Felicidades e sucesso pro Serginho e pro grupo!
Quinta passada estivemos no Varandas - Rua do Riachuelo 125, Lapa - prestigiando a reedição do projeto "Samba no pé do chapéu", que tá sendo comandado pelo pessoal do Berço. O convidado daquela noite foi Noca da Portela. Muito bom! Clima fraterno.
O nome "Samba no pé do chapéu" é uma alusão a sua origem: era uma roda no início da subida pro Morro do Chapéu Mangueira, no Leme.
Nessa quinta, o convidado é Adilson Bispo. Taí a dica!
Abraços! Até!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Quilombo

Semana passada, no peixe do Ratinho, conheci o Carneiro, que é uma pessoa envolvida com o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo. Resistência pura! Vou contar um pouco dessa história.

O GRANES Quilombo surgiu de uma dissidência da Portela, em 1975. Candeia foi o líder do surgimento do Quilombo. Sua localização é Fazenda Botafogo/Acari. Eram dois princípios básicos: valorizar a cultura negra em tudo o que se refere as suas aspirações e a manifestação da arte popular. Com mais um diferencial: seu estatuto prevê que a escola desfile, mas não participe da disputa do carnaval. É uma apresentação cultural. Naquela época, Candeia afirmava que a disputa anual pelo campeonato das escolas prejudicaria a cultura do samba. Ele não estava gostando das regras que eram ditadas pelos organizadores, nem das imposições dos patrocinadores, nem da mídia. Para ele, o desfile era da comunidade, não das celebridades.

Desde sua fundação, os dirigentes não aceitam ajuda financeira que tenha como contrapartida o mando sobre atividades quilombolas. Candeia chegou a recusar 20 mil dólares de uma ONG americana, que queria gerenciar o projeto. O dinheiro para a montagem dos desfiles era dado pelo próprio Candeia ou arrecadado em shows promovidos em benefício da escola.

“Estou chegando ... Respeito mitos e tradições. Trago um canto negro. Busco a liberdade. Não admito moldes. Minhas portas estão abertas. Entre com cuidado. Aqui, todos podem colaborar. Ninguém pode imperar”, dizia Candeia, que para realizar seu sonho recebeu a ajuda de parceiros como Paulinho da Viola, Monarco, Elton Medeiros e o ator Jorge Coutinho.

Na época da escravatura, a região de Acari era onde os escravos se refugiavam. Nesta localidade, a cultura negra está presente em diversos lugares. Os CIEPs do local homenageiam negros em seus nomes: Zumbi dos Palmares, Nizinha Rainha da Angola, João Batista Matos e Antonio Candeia Filho. A avenida principal, que antes era chamada Automóvel Clube, virou Pastor Martin Luther King.
A luta quilombola de defesa de seus ideais e existência é constante e, me parece, que a comunidade local é grande incentivadora.

Pois bem, todo segundo sábado do mês, o Quilombo faz roda de samba. Ainda não estive lá, mas dá pra prever a energia de luta e resistência que o lugar transmite. A entrada é franca e a cerveja barata. Sábado agora tem. Porém, segundo o Carneiro, dia 22 desse mês é que vai ser o bicho! É que vai ter comemoração dos 75 anos que Candeia faria, se estivesse vivo.
Pra chegar lá, bastar descer na estação Fazenda Botafogo do metrô, linha 2. O Quilombo fica em frente à estação.