segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Garoto Bom

Sábado, 26/12, fomos ao Balneário da Lapa. As atrações eram Juliana Diniz e Léo Russo.
Estava muito bem acompanhado por Maíra, Aline e Maurício.
O show começou com a apresentação da Juliana. Ela é neta do Monarco, filha do Mauro Diniz, afilhada do Zeca Pagodinho. Sua linha ascendente é fortíssima!

Mas a Juliana não estava nos seus melhores dias, quer dizer noites. Teve problemas em acompanhar o violão, que, realmente, estava um pouco baixo.

O Léo Russo, garoto novo, percebeu o embaraço e, brilhantemente, segurou o pagode, não deixou cair. Atitude de gente grande!

O Léo canta bem; tem ginga no palco. Cativou o público.

Sucesso ao garoto bom!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Samba pro Alfaiate



Amigos,
O SHOW de ontem foi memorável. Que toda a energia daquela noite chegue ao Seu Walter, levando saúde e vigor. Como disse Monarco: Levanta, cumpade!

Na primeira foto, tô lá no meio de Wilson Moreira e Aline Calixto. Acompanhado de Fafá, Marina (minha morena) e Mariá.
Segunda foto é o final do show.

Noite pra carregar nas lembranças da caixola! Meu pai, mãe (vindos de Pernambuco), irmão e cunhada acompanharam o show, efusivamente, conosco (faltou essa foto).

Abraços! Tamo contigo Alfaiate!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Manto do samba

Isso aqui ultimamente tá mais pra ETC, do que pra SAMBA. Vamos mudar o rumo dessa prosa!

Vou falar do evento que mais me chamou a atenção. Vai ser segunda (21/12), no Circo Voador; Showzaço em benefício do Grande WALTER ALFAIATE, que continua internado, com sérios problemas de saúde.

Além da nossas preces e energia positiva pro Alfaiate, a galera do samba vai fazer um show no Circo pra arrecadar fundos. Todo mundo vai tá lá, anota aí:

Alcione, Alex Ribeiro, Aline Calixto, Ana Costa, Arlindo Cruz, Cláudia Nunes (filha do Alfaiate), Diogo Nogueira, Dorina, Dudu Nobre, Galocantô, Leandro Sapucahy, Monarco, Moyseis Marques, Nilze Carvalho, Noca da Portela, Rogê, Sombrinha, Tia Surica, Velha Guarda da Portela, Wilson Moreira.

Parece que vai aparecer mais gente ainda, no dia, pra fazer o show. É claro que ninguém tá cobrando cachê.

Os portões abrem as 19:00 horas. O ingresso é R$ 15,00 (imprimindo filipeta aqui).

Esse sentimento de solidariedade que o pessoal do samba carrega é único. Vai achar isso no showbiz; difícil, muito difícil.

Vou tascar uma letra do Ratinho, Zeca Pagodinho e Adilson Victor, que fala um pouco sobre isso:

Manto do Samba

A sua imagem anda distorcida
Você já não sorri pra vida
Eu ando um tanto quanto preocupado
Só de lhe ver, de canto chorado
Abra o jogo, deixe de segredo
Não precisa ter medo
Que o manto do samba lhe ampara
Se é por falta de dinheiro
Deixe disso companheiro
Sua sorte vai chegar

Se é mal de amor,ô,ô
O tempo vai curar

Venha pro mundo do samba
E se encontre com a paz
Foi no meio dos bambas
Que eu me livrei dos meus ais
Um conselho de amigo
Sempre é bom de se ouvir
Se cubra com o manto do samba
E volte a sorrir

Charitas - Ipanema

Um absurdo o governo do estado ter acabado com a linha alternativa (van) Charitas - Ipanema. Essa linha tem demanda enorme de passageiros; sempre tinha muita gente no ponto esperando, tanto noite, quanto dia.

Todo mundo sabe que uma penca de gente mora em Niterói e trabalha no Rio. Não só no centro do RJ, mas na Zona Sul também (meu caso). Além do contingente enorme de universitários. Pessoal da UFF que mora no Rio; ou os moradores de Nikity que estudam no RJ.

Agora é só ônibus. O que vai pra Gávea (996) não atende todo mundo. O que vai pro Leme (740) demora um século pra passar.

À noite também tinha demanda. Pessoal daqui que ia curtir a noite do Rio. A van já parava no Plaza cheia, é sério!

Não vale nem a pena falar de barca. É estresse na certa. Horário de pico superlotado. Um tempão em pé, esperando outra embarcação chegar. E ainda acabaram com a barca da madrugada. Aí só o ônibus (linha 100) salva.

Ainda temos que cumprir a Lei Seca. Carro, nem pensar. Dane-se quem não pode pagar um táxi; que até Niterói vai sair caro pra daná.

O Eduardo Goldenberg tá falando do metrô no buteco.

Edú, apesar de nossas discordâncias quanto a Patricia Amorim, continuo seu inveterado leitor.

Abraços!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Tratamento diferenciado

O secretário da famigerada secretaria de ordem pública, Rodrigo Betlhem (ao lado do prefeito, na foto), me chamou a atenção, semana passada.

Fez uma operação de choque de ordem, no baixo bebê, na praia do Leblon. Mandou recolher os brinquedos, aonde os petizes costumavam brincar.

O jet set do baixo bebê, pais dos pequeninos (personagens de Manoel Carlos), ameaçou fazer um protesto contra a operação.

Daí, então, o secretário mandou devolver os brinquedos e disse que não queria acabar com a cultura carioca.

Por que então proibiu o churrasquinho na esquina, a cerveja no Maraca? Por que as operações de choque de ordem em outros lugares da cidade (zona norte, centro) também não tem devolução dos bens apreendidos?

Fica difícil acreditar que essa dupla da foto - olhem como são mauricinhos - governa a cidade do Rio com equidade e isonomia.

O líder do Leblon



Li essa notinha aí do lado, que é da coluna do Ancelmo (no Globo) e fiquei estarrecido. Depois vi que o Eduardo Goldenberg também escreveu sobre esse triste fato no seu blog, buteco do Edú.

Achei que o jornal mandou mal em chamar a ONG HUMAN RIGHTS WATCH, que é uma instituição séria, de ONG gringa. Desqualificou a pesquisa.

Mas isso é pouco perto da fala e do comportamento desse representante de associação de moradores do LEBLON. Um idiota, um verme. Seu comportamento é emblemático de uma parcela da população que elege Sivuca(s) e Bolsonaro(s) da vida e repete o discurso fácil de que bandido bom é bandido morto.

O lance é que essa atual polícia não quer saber quem é bandido ou não, sai atirando. Se for rapaz jovem, negro, favelado, a sentença de morte é iminente.

O líder comunitário do LEBLON afirma que em qualquer confronto, sempre alguém tem de pagar o preço, quando se refere às pessoas mortas em confronto. Visão e alcance limitados. O preço retorna pra toda população, que paga a conta da incitação ao ódio promovida por ele e seus semelhantes.

Tem que cobrar inteligência nas ações da Polícia, construção de casas de custódia, modernização de delegacias, reformulação do sistema penitenciário, formulação de políticas de prevenção a violência. Mas a liderança comunitária do LEBLON acha isso muito trabalhoso, afinal, na sua visão míope, pra quê ficar pensando nisso; o negócio é dobrar o número de mortes praticadas pela polícia. Pede aplausos pro seu ponto de vista. Os aplausos vão retornar depois em forma de mais bala perdida, guerra na Rocinha, nos Macacos e por aí vai. O líder do LEBLON vai ficar com medo, vai blindar o carro e pedir mais mortes. É um ciclo vicioso.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Mengão

A ansiedade pro jogo de domingo tá latente. São 17 anos esperando pelo hexa. É muito tempo, meu Deus.

Me lembro que em 92, no penta, comemorei meu aniversário junto do dia da final. Lá em Friburgo, eu estava fazendo 9 anos.

Silvinha - a melhor doceira que conheço - fez seu delicioso bolo de chocolate, decorado com o escudo do Flamengo. Eu nem imaginava que depois viria a ser atleta do clube, que com a natação, ia defender seu escudo pelas piscinas do Rio e do Brasil.

Me lembro que fomos disputar o Campeonato Brasileiro Juvenil, em Belém. A equipe era uma das favoritas. No segundo dia de competição apareceu uma torcida organizada para nos dar força. O nome; Flafla de Belém. Demais! Levaram bandeirão e tudo. Nossa equipe sagrou-se campeã brasileira, para delírio da Flafla de Belém.

Flamengo é isso (tudo!). Todo lugar que íamos, fora do Rio, recebíamos carinho e apoio.

Domingo é a chance do hexa e segunda é dia da eleição. Aí que eu queria falar da Patrícia (Amorim). Fui um de seus coordenados, quando ela foi coordenadora de natação do clube.

Fora o fato de ser a nadadora mais vitoriosa da história do clube; a Patrícia sabia cativar a galera, chamava na chincha: somos flamengo pô! Além de ser ótima pessoa. Passei a tê-la como referência.

Então, meus amigos, a ansiedade é dupla. Nosso rubro negro da Gávea tá com a taça na mão e o clube está na iminência de uma reviravolta (também tão desejada) na sua gestão.

Raça, Mengão! Mete bronca, Patrícia.

Abraços!

Comentários

Pessoal, tô meio bolado com a ausência de comentários no Blog. Pode parecer infantil, mas é verdade.
Fico sabendo que tem uma galera que gosta de ler esse espaço cibernético.
Vamos comentar, meu povo!

Pô, eu tive que dar umas alfinetadas no Daniel Pereira pra saber que ele lê o blog...rsrs
Vou alfinetar mais gente então....brincadeira, brincadeira. Não curto a estratégia dos factóides, do, tsc, César Maia - será que vou descobrir agora que ele também lê o blog?....rsrs

Abraços!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dia do Samba

Hoje, vamos saudar esse negro, forte, destemido, que também é inocente, pé no chão, como, sabiamente, observou o MESTRE Nelson Sargento.
Essa música, estilo de vida, que nos deixa mais felizes. Que planta sorrisos e amizades; acalanto pra dias tão difíceis.

Ontem, fui dormir com febre, tossindo, dor de barriga. Hoje, tô sentindo que o vigor tá voltando. Será a energia desse dia especial?!

Se bobear, pego o trem na Central e me mando pra Osvaldo Cruz.

VIVA O SAMBA, cumpade!

Entendimentos

Nas minhas últimas postagens, andei fazendo críticas ao Daniel Pereira.
Pois bem, o Daniel me mandou um e-mail bem amistoso (ao mesmo tempo se defendendo das minhas críticas).
Respondi ao Daniel de forma bem tranqüila.
Percebo que, nesse meio cibernético, corremos o risco de criar inimizades desnecessárias.
Afinal, o mundo seria uma babaquice se todo mundo pensasse da mesma forma.
Abraços! Até!

Domingo na Toca

Esse domingo que passou, minha cumadre Verônica (ela é, de fato, madrinha do meu filho) comemorou seu aniversário no samba da Toca da Gambá, aqui em Nikity.

Já falei aqui que a Toca é show de bola! Roda comandada pelo grupo Samba da Amendoeira, pessoal gente boa da Engenhoca; bota pra quebrar!

Ainda teve a participação especial do Juninho Thibau. Muito bom o rapaz! Incendiou mais ainda a roda.

Acho que a Toca, hoje, é a melhor casa de samba de Niterói. Sábado que vem (28/11) vai ter feijoada de comemoração dos 23 anos da casa. Mas tem uma parada: a atração principal é o Daniel Pereira. Nunca vi o cara cantando, mas não tenho empatia com sambista que diz no seu blog (hospedado no site do jornal O Dia) que tem nojo da galera suada no Trem do Samba.

Questão de identificação. Empatia mesmo.

Abraços na galera!

20 de Novembro

O Dia da Consciência Negra é SIM muito significativo. Quem diz que consciência não tem cor, que critica esse dia, não saca a luta do movimento negro em reverter 400 anos de escravidão. A liberdade "formal" da negritude tem pouco mais de 100 anos. Digo "formal", porque a Lei Auréa não formulou nenhuma política de compensação. "Soltou" o negro e mandou ele se virar na vida.

Daniel Pereira falou que Dia da Consciência Negra é coisa de sociedade atrasada. Os EUA, tão admirado pelas pessoas que se intitulam legais, não-chatas, mantém uma forte política de cotas. Os "legais" sempre criticam a galera que vai mais a fundo numa discussão; são logo taxados de chatos.

Nota DEZ pra MPB FM que, na sexta, tratou do assunto num programa com Martinho da Vila.

Santo Antônio de Pádua - RJ

Andei estressado nas últimas semanas. Labuta pegando fogo! Várias coisas pra resolver. Não, não vou detalhar os acontecimentos do trabalho.

Só sei que nesse feriado de sexta, arrumei a mochila e fui pra minha querida Santo Antônio de Pádua, no noroeste fluminense (divisa com Minas). Tava precisando da calmaria de Pádua, do convívio com a família Peixoto, no precioso bairro de São José.

Tava lembrando que a primeira vez que tive contato de perto com escola de samba foi nessa cidade do interior. A quadra da agremiação ficava quase em frente a casa da minha avó. Fui a vários ensaios e desfilei pela escola, que se chamava Unidos das 4 Bocas. Eu devia ter uns 11 anos. Valorosa lembrança!

sábado, 14 de novembro de 2009

Toninho no Quintal

Pessoal,

Hoje, sábado, tem Toninho Geraes no Quintal de Jorge, aqui em Niterói. Fica em Itaipú.
Toninho incendeia qualquer roda. É uma fera das composições. Vejamos: Seu balancê, Uma prova de amor, Mulheres, É de maré, Amor e festança - tudo composição do mineiro.

Além do talento pra escrever, o Geraes, quando tá no palco, tem presença forte, energizado, bota pra quebrar mesmo!

O Quintal de Jorge é um lugar que lembra o início do Candongueiro (antes de ficar pop). Bem à vontade, o que vale é o samba!
O site da casa é www.quintaldejorge.com

Até.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Reflexão do fim de semana

Luiz Antonio Simas postou, no seu blog, um dos melhores textos que li esse ano. O blog dele é o Histórias Brasileiras - hisbrasileiras.blogspot.com
Peço licença ao Simas pra publicar o texto, na íntegra.
Pessoal, vamos ler, refletir e nos deliciar.


DO PORTO AO BOTEQUIM - UM CHAMADO AO BOM COMBATE

Ando cabreiro com algumas coisas que estão acontecendo nas ruas cariocas. Aqui perto de casa, por exemplo, as notícias não são das melhores. Um botequim que costumo frequentar, o Bar do Chico, inventou uma reforma meio mandrake, que incluiu pizza no cardápio, visual moderninho, garçom de gravata e, é claro, aumento dos preços dos produtos. Botequim, já não é mais. Periga virar um playground de bêbados com rodízio de pizza depois das seis da tarde.

A reforma da Zona Portuária do Rio de Janeiro também está começando a cheirar mal [sinto um futum de bota-abaixo no ar, com o espectro do Pereira Passos circundando a Guanabara]. Os projetos que vi até agora parecem querer transformar a velha Praça Mauá numa mistura entre dois monstrengos desalmados: Puerto Madero, na Argentina, e a falecida Lapa, aqui mesmo.

Puerto Madero é quase a Barra da Tijuca platina - uma área com ambientes contemporâneos [seja lá o que for esse diabo], com uma concepção de assepsia urbana que abriga restaurantes caros, decorados de formas mequetrefes e cheios de novos ricos. Uma reforma sem caráter, eis o que me pareceu. Duvido que o fantasma de Carlos Gardel caminhe naquelas plagas.

A Lapa, por sua vez, agoniza. Virou valhacouto de adultescentes, simulacro de berço do samba, com bares que vendem bebidas por preços proibitivos e que visualmente lembram a lanchonete da entrada do Memorial do Carmo, no cemitério vertical do Caju - um lugar mais digno para se beber, diga-se.

O Nova Capela [cada vez mais Nova e menos Capela ] hoje é atração turística para uns basbaques que encaram uma ida ao velho bar como uma espécie de safari no Quênia e saem dizendo que foi uma experiência inesquecível. O Bar Brasil resiste com bravura, mas até quando?

Eu quero saber o seguinte: O poder público está escutando os moradores da Zona Portuária? A ideia é fazer da Praça Mauá um centro financeiro que mande pro lixo a história fabulosa da região? Que venha a revitalização, mas revitalizar é criar um um marco zero de gosto duvidoso, com mais de cinquenta andares, ou recuperar a grandeza da tradição e da memória do cais e de sua gente?

Como estou encafifado com esses troços, reli dia desses um arrazoado que escrevi faz tempo sobre a agonia dos nossos botequins de fé e a necessidade quase quixotesca de se lutar pela preservação de um certo modo de vivenciar a cidade e o bar. São aquelas reflexões que, em boa parte, retomo nesse texto.

Faço isso porque esse combate me parece mais urgente do que nunca. As reformas na região do porto, misturadas ao balacobaco das obras para preparar a cidade para as Olimpíadas de 2016, me fazem ficar com um olho no cavalo, que é bonito, e outro na bosta do bicho, que fede pácas.
Vivemos, e isso não é novidade alguma, tempos de uniformização dos costumes, fruto deste tal de mundo globalizado. Em cada canto desse mundaréu, ligado por redes transnacionais de telecomunicações, as pessoas assistem aos mesmos filmes, vestem as mesmas roupas, ouvem as mesmas músicas, falam o mesmo idioma, cultuam os mesmos ídolos e se comunicam em cento e quarenta toques virtuais.

Nessa espécie de culto profano, em que a vida cotidiana é regida pelos rituais em louvor ao mercado que não é o de Madureira, o bicho pega e as ideias morrem, como outro dia morreu de morte matada o acento em ideia, sem choro nem vela e sem a dignidade de um samba do Noel.
Eu, que trabalho com adolescentes e adultos jovens, percebo que as crenças e projeções de futuro da rapaziada foram substituídas pelo pânico cotidiano - do assalto e das doenças, no âmbito pessoal, às catastrofes ambientais, na esfera coletiva. Cria-se uma lógica perversa : Como posso morrer de bala perdida, pegar gripe suína ou sucumbir ao aquecimento global, preciso viver intensamente o dia de hoje.

Ocorre que essa valorização extremada do tempo presente é acompanhada pela morte das utopias coletivas de projeção do futuro. Não há mais futuro a ser planejado. Somos guiados pelos ritos do mercado e abandonamos o mundo do pensamento, onde se projetam perspectivas e são moldadas as diferenças.

Restam hoje, talvez, duas tristes utopias individuais, em meio ao fracasso dos sonhos coletivos - a de que seremos capazes de consumir o produto tal, cheio de salamaleques, e a de que poderemos ter o corpo perfeito.

Transformam-se , nesse tempos depressivos, os shoppings centers e as acadêmias de ginástica nos espaços de exercício dessas utopias tortas, onde podemos comprar produtos e moldar o corpo aos padrões da cultura contemporânea - o corpo-máquina dos atletas ou o corpo-esquálido das modelos. É a procura da felicidade que não tem, como na esquecida e sábia canção natalina. E tome de caixinhas de Prozac no sapatinho na janela.

É aí, e eu queria falar disso desde o início, que localizo na minha cidade de São Sebastião o espaço de resistência a esses padrões uniformes do mundo global - o botequim. Ele, o velho buteco, o pé-sujo, é a ágora carioca. O botequim é o país onde não há grifes, não há o corpo-máquina, o corpo-em-si-mesmo, a vitrine, o mercado pairando como um deus a exigir que se cumpram seus rituais.

O buteco é a casa do mal gosto, do disforme, do arroto, da barriga indecente, da grosseria, do afeto, da gentileza, da proximidade, do debate, da exposição das fraquezas, da dor de corno, da festa do novo amor, da comemoração do gol, do exercício, enfim, de uma forma de cidadania muito peculiar. É a República de fato dos homens comuns - cenário não habitado pelos personagens de novelas do Manoel Carlos.

É nessa perspectiva que vejo a luta pela preservação da cultura do buteco como algo com uma dimensão muito mais ampla que o simples exercício de combate aos bares de grife que , como praga, pululam pela cidade e se espalham como metástase urbana.

A luta pelo buteco é a possibilidade de manter viva a crença na praça popular, espaço de geração de ideias e utopias - sem viadagens intelectuais, mas fundadas na sabedoria dos que têm pouco e precisam inventar a vida - que possam nos regenerar da falência de uma (des)humanidade que limita-se a sonhar com o tênis novo e o corpo moldado, não como conquista da saúde, mas como simples egolatria incrementada com bombas e anabolizantes cavalares.

O botequim é, portanto, e não abro mão do hífen, o anti-shopping center, a anti-globalização, a recusa mais veemente ao corpo-máquina dos atletas olímpicos ou ao corpo pau-de-virar tripa das anoréxicas - corpos que se confundem na doença comum desse mundo desencantado: Metáforas da morte.

Ali, no velho buteco, entre garrafas vazias, chinelos de dedo, copos americanos, pratos feitos e petiscos gordurosos, no mar de barrigas indecentes, onde São Jorge é o protetor e mercado é só a feira da esquina, a vida resiste aos desmandos da uniformização e o Homem é restituído ao que há de mais valente e humano na sua trajetória - a capacidade de sonhar seus delírios, festejar e afogar suas dores nas ampolas geladas feito cu de foca. É onde a alma da cidade grita a resistência : Laroiê !

Esse combate, amigos, é muito mais significativo do que imaginam os arautos modernosos e seus programadores visuais.

Botequim tem alma, é entidade, feito os trapiches e sobrados do cais do porto em noite de lua cheia.

Babaquices do Caetano

Caetano Veloso, em entrevista ao Estadão, fez elogios a Marina Silva e chamou o Lula de analfabeto.
Mais um de seus bordões desnecessários.
Lamentável, babaquinha.
Gosto de suas músicas, mas admiração pessoal passa longe!
Caetano já foi tropicalista transgressor e hoje é queridinho da burguesia.


Até.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Cilico

Pedi aos meu pais, nessa semana que vieram matar as saudades, para trazer o CD do Cilico. Tava sentindo falta desse disco!

Acho que foi gravado em 1995. Fazia parte, na época, de um projeto da Secretaria de Cultura de Niterói, que produzia trabalhos de músicos da cidade, através do selo Niterói Discos.

Gostei do CD desde a primeira vez que ouvi, em 95. O Cilico, junto dos amigos, cantam as composições dele. Algumas faixas, só os amigos cantam. Fraseado solto, melodia boa!

Esse CD tem a participação especial do Monarco, Velha Guarda da Portela e da Beth Carvalho. A "madrinha" canta "Icaraí". Já falei dessa música aqui no blog. É linda!
A faixa "Hermelino com H" é hilária; é um conto do falso compositor.

Relendo o encarte do disco, vi que o Cilico morou em Pilares, antes de ir pra Niterói. Provavelmente, foi lá que nasceu a amizade com o Ratinho (fiquei surpreso ao reler o encarte e constatar a amizade dos dois).

Acho que, hoje, deve ser difícil achar o CD. Uma tentiva é ir na Fundação de Arte de Niterói, que fica na Rua Presidente Pedreira, no Ingá (em frente ao bar do Edson).

O disco foi um presente da nossa amiga Lucimar Luz, que canta a faixa "Parceria". Atualmente, a Cimá mete bronca no grupo Zabatê.

Até mais, rapaziada!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Samba da Rua do Mercado


O Thiago, do Samba do Boi, agora está comandando roda de samba, todas as quintas, no mesmo lugar da roda do Bloco. É o Samba da Rua do Mercado. Bar Kamikaze, em frente a Bolsa de Valores. A partir de 19 horas, junto do grupo Banalidade. Esquema 0800.
Desejo todo o sucesso pra essa galera que só nos transmite energia positiva nos encontros mensais de domingo.
Historinha:
Certa vez, o Professor João Luiz Pinaud disse, na sua aula intitulada Direitos Humanos, que a gente reconhece o sujeito que se identifica por essa temática do Direito, nos gestos casuais, que poderiam passar despercebidos, sem precisar carregar o estigma de "alternativo".
Com o pessoal que faz samba acho a mesma coisa, a gente se identifica com os "cumpadres", com a galera do bem. Tamo aí torcendo pro Samba da Rua do Mercado.


Abraços!!!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Samba do Boi Tolo

Domingo, na Rua do Mercado, vei ter a roda de samba do pessoal do Cordão do Boi Tolo.
O bloco foi criado por uma galera que confundiu o dia do desfile do Boi Tatá.
Foi um dos organizadores da "Bloqueata", o desfile-manifesto que teve no final de agosto. O objetivo era protestar contra o excessivo rigor da Prefeitura do Rio em relação à organização dos blocos de carnaval. Foi divertidíssimo!
A roda é mensal; mês passado estive presente e gostei muito. Bem malemolente.
É a boa de domingo. Começa as duas da tarde. Em frente ao prédio da Bolsa de Valores do Rio.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Mais anotações

1 - Aí que, no domingo passado, fomos eu e Marina na quadra do Bohêmios de Irajá, na roda comandada por Negão da Abolição e Nézio. Sombra e Serginho Meriti foram os convidados.
Valeu a pena conhecer o espaço desse tradicional (esse sim é) Bloco do Rio, fundado em 1967.
Pouca gente sabe, mas o apelido Zeca Pagodinho existe porque a família do Zeca tinha uma ala no Bohêmios, chamada Ala do Pagodinho, sacaram?
Outra coisa; quando se propõe ir em Irajá, numa roda de samba, rola uma apreensão da galera acostumada a estar do lado mais nobre (materialmente falando) do Rebouças e do Santa Bárbara (me incluo nessa). É, nossa cidade tem dessas coisas. Entendo a apreensão do que não se conhece; muitas vezes o noticiário do lado que tem menos divisas ($) retrata negatividades, que são geradas por não se valorizar e cuidar desse espaço do Rio, que é uma usina de produção de cultura.
Assistir as pessoas vibrando com a roda, sambando, suando, sem preocupação com pose, pra mim, é tocante. Me emociono em ver a galera entoando cantos negros, com fervor.

2 - O cumpadre Ratinho manda e-mail pra avisar que, sábado que vem (17/10), vai ter samba e feijoada na sua casa. O feijão preparado pela Denise, sua esposa, é maravilhoso. Agora, o Rato esculachou nos convidados. Moacyr Luz (pra mim, referência) Adalto Magalha (compositor de mão cheia), Rogerinho Ratatuia (jovem talento), Luiza Dionísio (que voz!), Ircea Pagodinho (que voz! 2), Cassiana Pérola Negra (herdeira da Jovelina).
Marina viu meus olhos brilharem ao ler o e-mail.

3 - Notícia ótima!
Leonardo Bruno, do jornal Extra, informa no seu blog - extra.globo.com/blogs/rodadesamba
que a Quadra do Cacique de Ramos foi tombada pela Prefeitura do Rio e vai virar Centro Cultural. A Prefeitura vai bancar a reforma do local, que já começa antes do carnaval 2010. Sabemos que Bira Presidente luta por isso há um tempo. Dá-lhe Cacique!

Abraço na galera. Até mais.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Emoção olímpica

Amigos, tenho lido e escutado muito da escolha do Rio para ser a sede das Olimpíadas 2016.
Confesso que até a sexta-feira passada eu não estava muito ligado nesse assunto.
Fui almoçar com o pessoal do trabalho, a fim de assistir o anúncio da cidade escolhida.
Assitindo aquela embromação antes do resultado, fui ficando ansioso, tenso.
Pensava no nosso povo; defendia nossa cidade em meus pensamentos; na riqueza subjetiva e moral, no caso de vencermos.
O homem do COI com dificuldade em abrir o raio do envelope.
Quando aquele sotaque gringo soltou "- Rio de Janeiro" a emoção, tal como uma injeção de anestesia e adrenalina, ao mesmo tempo, toma conta dos sentidos. Deixa sentir!
Os olhos enchiam d´água, de sexta a domingo, toda vez que via alguma coisa relativa a escolha do Rio.
Deixa o sentimento fluir! Quando posso, quero que se dane o cartesiano!
Não tô com paciência, agora, de refutar os pseudo-brasileiros, urubus, que criticam a escolha do Rio. Coitados deles. Não conhecem nossa gente; não andam pelo centro, pelo subúrbio. Exaltam o estrangeiro (tô eu refutando!). Corja de nariz de peido.
Vamos ficar atentos; questionar, fiscalizar. Usemos as redes disponíveis. Agora ficar falando mal, ficar criticando; é muito espírito de porco.

Exaltemos nosso talento!
Até.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Anotações

1 - Viradouro também entrou no ritmo das feijoadas. Todo primeiro domingo do mês. Esse agora vai ser a primeira edição. Alô Niterói, Alô São Gonçalo! Vamos lá, a hora é essa!

2 - O GRANDE Moacyr Luz disse em seu blog (youpode.com.br/blog/blogdomoa) que adorou andar de barca e desfrutar de saborosos frutos do mar no nosso querido Mercado de Peixe São Pedro, aqui, nas nossas bandas.

3 - O blogueiro que vos escreve, antes meio avesso a novidades cibernéticas, agora tem twitter (twitter.com/marcepeixoto). Me segue aí!

4 - Descobri que foi Ubirany, do Fundo de Quintal, o precurssor de moonwalker, depois imitado por Michael Jackson. Segue, abaixo, o link do vídeo do grupo, gravado em 1991. Imperdível!

http://www.youtube.com/watch?v=haiReJTLqxY


Abraços!!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O jurado Ciça

Amanhã tem avaliação no projeto Tamborim Sensação (TS) - já falei do TS por aqui.
Seremos avaliados pelo Wantuir (intérprete da Grande Rio) e pelo excepcional Mestre Ciça.

Ah tempo bom de Viradouro! Dominguinhos, Ciça e Juliana.
A Vira tá implorando, de joelhos, pra Luciana Gimenez, tsc, vir à frente da bateria ano que vem. Que merda. Só falando assim mesmo.
Tirando a aprentadora da Rede TV, me falaram que a escola tá com boa safra de sambas esse ano. Tomara! Tem o Wander na voz também.

Voltando ao Mestre Ciça (que hoje tá na Grande Rio). Quando fiquei sabendo que ele seria jurado, coração bateu mais forte. Sou fã das suas invenções e venerava a bateria da Viradouro.

Me lembro da primeira vez que fui na quadra da escola. Tava lá fora, na fila pra comprar ingresso, quando a bateria começou a tocar acompanhado o samba do ano anterior (enredo sobre Bibi Ferreira). Coração parecia que ia pular pela boca. Adrenalina a mil por hora. Escutava o samba e lembrava da Luma e toda a bateria se curvando no refrão "A Viradouro, meu amor, faz a homenagem". Lembram-se disso? Entrei na quadra, e aí, meu irmão, fiquei igual a pinto no lixo!

Amanhã o TS também promete fortes emoções. Provavelmente, o Ciça vai dar uma palhinha à frente da bateria, depois da avaliação. Como os outros mestres-jurados fizeram.

É suco de maracujá pra acalmar! Depois vai rolar um churrasquinho de confraternização.

A partir de 17:30, na Quadra da Paraíso do Tuiuti, São Cristovão. Em frente a Feira de Tradições Nordestinas. www.tamborimsensacao.com.br

Abraços!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Toca

Fiquei envolvido, semana passada, com o término de um trabalho. Dei uma sumida por aqui.

Domingo passado fui (até que enfim) na Toca da Gambá, aqui em Nikity, no Barreto. Os elogios que eu havia escutado foram confirmados. Ambiente simpático, aprazível e o pessoal do Samba da Amendoeira segura a roda legal; muito bom o grupo.
O convidado foi o Ciraninho, parceiro do Diogo Nogueira em várias letras; tricampeão de samba-enredo na Portela.
Cara novo, pinta de playboy. Já rola aquele olhar meio desconfiado, confesso. Pura bobagem.
Ciraninho foi certeiro. Quando pegou o microfone foi logo dizendo alguma coisa tipo "pinta de sambista, que eu não tenho", desarmando os olhares desconfiados.
Só sei que o rapaz mandou ver no samba; agitou a turma. Também foi simpático, carismático, fez piada do Diogo Nogueira, "aquele feio"', segundo ele.

Os petiscos servidos foram honestos, na quantidade e no preço. O isopor com gelo e cerveja em garrafa também é uma boa. A Toca é um "doce refúgio", em Niterói.

Quem quiser conferir o site: http://www.tocadagamba.com/

Abraços! Até.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

As Ruas e o Povo

Essa semana fiquei pensando sobre minha inclinação em estar atento às questões populares, no meu interesse em observar os movimentos do povo, das ruas.
Li um post no blog do Samba da Ouvidor - http://www.sambadaouvidor.blogspot.com/ - em que o Gabriel fala alguma coisa sobre a espontaneidade de momentos vividos com populares, na ocasião das rodas que ele participa.
Li também o Edú Goldenberg - http://www.butecodoedu.blogspot.com/ - falar sobre os tijucanos que não conhecem o cheiro do asfalto e das ruas da Tijuca e são contrários a um projeto de moradia popular em uma área desativada do supermercado Carrefour.

Me lembro que essa minha militância pelas causas populares vem desde à época de pirralho. Minha sina é ser precoce!
Em 1990, tinha 7 anos, e Brizola iria fazer um comício (campanha pra governador) em Friburgo, aonde eu morava. Coloquei camisa social azul (a única que tinha), lenço vermelho no pescoço, colei um santinho do Briza no peito e pedi pra meus pais me levarem no comício. Sou grato por eles terem me levado. Momento especial pra mim!
Cheguei a fazer militância político-partidária, mas isso, hoje em dia, pra mim, é muito difícil, apesar de gostar de acompanhar política e ter minhas preferências partidárias.

O meu gosto é por flanar, como dizia João do Rio (enredo do Império Serrano pra 2010), é de observar o que se passa na rua, qual a linguagem do povo e o que ele vivencia; qual é seu sentimento.
Saio do trabalho, no final da Praia do Flamengo, e vou andando até às barcas, pra ver o que se passa no Flamengo, Catete, Lapa e Centro. Gosto disso!

Na faculdade, certa vez, a professora de Direito Internacional comentou que já fora a Vila Mimosa, com seu esposo, algumas vezes, pra tomar cerveja, pra conhecer o lugar. Foi repreendida pela turma, que fez piadinha. Ela retrucou, dizendo que tinha o objetivo de ser juíza. Mas uma juíza que conhecesse a realidade das ruas, dos becos, a fim de evitar a decretação de sentenças surreais, que borbulham por aí. Passou sermão mesmo. Falou que a turma, em sua maioria, era formada por gente formada nos melhores colégios de Niterói, acostumada a circular pelo circuito Icaraí-São Francisco-Itacoatiara. Disse que essa turma que assume a magistratura não conhece povo, apesar de decidir o rumo deste. Concordei com ela.

Tenho a impressão de que ainda somos minoria. Grande parte dos "formadores de opinião" desse país ainda lê Veja e O Globo (pessoal do Rio) sem senso crítico e sai por aí defendendo o que dizem esses excrementos midiáticos.

Continuamos na luta contra a canalhice dos que sustentam "nariz de peido", como bem disse o Alfredinho, certa vez no Bip Bip, por possuírem mais riqueza material do que o povão.

Mas, como diz o Zeca, no seu último CD, Uma Prova de Amor, "...essa gente que tem, não aprende a lição, com esse povo que nada tem, mas tem bom coração" . Música: "Eta povo pra lutar". Composição: Brasil , Badá, Magaça, Bernine.
Ou ainda, sincretizando na fé: "O pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é nada". Música: "Sujeito Pacato". Composição: Serginho Meriti, Claudinho Guimarães.

Abraços. Até mais!!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Deixa Clarear


Faz tempo que sinto falta do CD "Deixa Clarear", do Zeca Pagodinho. Havia perdido há um tempão; comprei outro ontem

O ano do seu lançamento foi 1996. "Tinha eu 13 anos de idade". Esse CD me marcou muito. Me emocionei ao ouví-lo ontem, novamente.

Voltando a 1996. Nessa época eu era atleta, nadador do Flamengo. Por conta disso, tive que me mudar de Friburgo, da minha casa, para o Rio. Passei a morar em Copacabana, com uma família nota 10: um grande amigo do meu pai, Raul, sua esposa e sua mãe. Fui muito bem acolhido por eles.

Foi nesse processo de mudança (de escola, de cidade e amigos, enfim de estilo de vida), de ritmo intenso de treinos e cobrança própria por desempenho em competições que começei a encontrar no SAMBA meu "doce refúgio".

Ganhei o "Deixa Clarear" da mãe do Raul, a saudosa Dona Edna, que percebia o quanto a música, o SAMBA, eram valorosos pra mim.

Quando coloquei o CD pra tocar ontem, percebi que me lembro de todas as músicas e grande partes dos detalhes cantados e falados.

Dudú Nobre estreiando na faixa "Velho Ditado" e o Zeca dizendo que vai chamar moleque Dudú pra cantar com ele. Essa música diz "Eu sou mais meu chinelo de dedo, do que cromo alemão apertado". Me lembro do meu pai que, numa festa de reveillon, em Pádua, vestiu calça e camisa social e chinelo de dedo. Ainda tirou onda, citando o trecho da música. Lembra disso, meu velho?

Quanto à faixa-título "Deixa Clarear", esta diz "Vamos naquela tendinha que a Dinha jurou que tem, caninha da boa tem, sardinha fritinha tem". Me lembro de uma vez em Niterói, eu com 14/15 anos, junto com Rodrigo, parando numa tenda, na Engenhoca, com Lia e Soneca, num início de noite. Pensei comigo mesmo "-Essa deve ser uma tenda como a da Dinha." Fomos eu e Rodrigo pra casa enquanto seus pais avisaram que iriam ficar na tenda. Certíssimos!

O que acho bastante interessante é que quando ganhei o CD, me encantei por suas músicas e "causos" contados, apesar de, na época, não me ater muito aos nomes dos compositores, confesso.

Hoje, quando vejo que são composições de Ratinho, Marquinhos PQD, Beto Sem Braço, Barbeirinho do Jacarezinho percebo o quanto é instintivo meu interesse e fascinação pelo universo desses compositores.

Me deixei clarear por este CD.

Abraços!!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Vitória do Funk

Comentei aqui sobre a famigerada lei, do ex-deputado Álvaro Lins, que criava uma série de restrições (proibia praticamente!) em relação aos bailes funk.
Pois a massa funkeira se organizou, protestou e nessa segunda-feira que passou (31/08) essa preconceituosa norma foi revogada pelos deputados estaduais do Rio.
No site do jornal Extra - extra.globo.com - existe um vídeo que registra a comemoração dos funkeiros nas galerias da ALERJ, cantando "Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci, e poder me orgulhar e ter a consciência que o pobre tem seu lugar". Registro histórico, na minha opinião.
Vale ressaltar a presença dos sambistas junto aos funkeiros; Neguinho da Beija-Flor e Ivo Meirelles (presidente da Mangueira) estavam por lá.
Parabéns ao MC Leonardo. Tive a oportunidade de conhecê-lo e observar sua convicta militância pelo funk.

Abraços!

domingo, 30 de agosto de 2009

Percepções II

Domingo ensolarado, calmaria aqui no Ingá. Acho que a boa é ir conhecer o bar Decolores, na Ponta Da Areia. Quem indica é o Janir Júnior no seu blog "Rio de Chinelo", em odia.terra.com.br/blog/riodechinelo. Quem souber como faz para colar o link, sem exibir o endereço, por favor me fale. Ainda não aprendi e tô sem saco agora - o dia tá lindo, pô!

Em tempo, tô torcendo pro Wander Pires mandar bem na Viradouro. Ele é muito talentoso, sem dúvida, mas também muito doido, indisciplinado.
A Vira tá precisando de identidade, como tinha na época Dominguinhos, Ciça, Gustavo Clarâo, Luma e Juliana Paes. Saiu todo mundo!
A Escola, hoje, transparece um negócio mais "contravencional" do que carnavalesco.

A propósito, esse edital de licitação para organização dos desfiles de 2010, lançado pela Prefeitura do Rio tá dando o que falar.
Acho que as análises do Andreazza - www.tribuneiros.com - são bem realistas e esclarecedoras.
Discordo do Daniel Pereira - odia.terra.com.br/blog/sambaderede - quando ele diz que a LIESA promove a paz social na cidade do Rio de Janeiro. Posso me aprofundar depois nesse assunto.

Vamos nessa que o Decolores espera.
Abraços!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Nomes de Favela

Hoje, estive, pelo trabalho, no complexo de favelas de Manguinhos, mais precisamente no Parque João Goulart. Vi sujeira pra cacete, crack detonando os viciados, tráfico de maconha e gente na labuta do trabalho ou na batalha da sobrevivência. Ouvi som de tiro também. Escutei morador dizendo que quem diz que se acostuma com tiroteio tá mentindo pra si, tá falseando o sentimento pra poder seguir a vida.
Me lembrei do que compôs Paulo César Pinheiro, em "Nomes de Favela".
"...lá na favela a vida muda, ou todos os nomes vão mudar". Os nomes não mudaram e a vida do pessoal da favela continua tortuosa demais!
Segue letra:

O galo já não canta mais no Cantagalo
A água já não corre mais na Cachoeirinha
Menino não pega mais manga na Mangueira
E agora que cidade grande é a Rocinha!
Ninguém faz mais jura de amor no Juramento
Ninguém vai-se embora do Morro do Adeus
Prazer se acabou lá no Morro dos Prazeres
E a vida é um inferno na Cidade de Deus
Não sou do tempo das armas
Por isso ainda prefiro
Ouvir um verso de samba
Do que escutar som de tiro
Pela poesia dos nomes de favela
A vida por lá já foi mais bela
Já foi bem melhor de se morar
Mas hoje essa mesma poesia pede ajuda
Ou lá na favela a vida muda
Ou todos os nomes vão mudar

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Berço e chapéu

Hoje é aniversário do Serginho Correa, do simpático grupo Berço do Samba. Felicidades e sucesso pro Serginho e pro grupo!
Quinta passada estivemos no Varandas - Rua do Riachuelo 125, Lapa - prestigiando a reedição do projeto "Samba no pé do chapéu", que tá sendo comandado pelo pessoal do Berço. O convidado daquela noite foi Noca da Portela. Muito bom! Clima fraterno.
O nome "Samba no pé do chapéu" é uma alusão a sua origem: era uma roda no início da subida pro Morro do Chapéu Mangueira, no Leme.
Nessa quinta, o convidado é Adilson Bispo. Taí a dica!
Abraços! Até!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Quilombo

Semana passada, no peixe do Ratinho, conheci o Carneiro, que é uma pessoa envolvida com o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo. Resistência pura! Vou contar um pouco dessa história.

O GRANES Quilombo surgiu de uma dissidência da Portela, em 1975. Candeia foi o líder do surgimento do Quilombo. Sua localização é Fazenda Botafogo/Acari. Eram dois princípios básicos: valorizar a cultura negra em tudo o que se refere as suas aspirações e a manifestação da arte popular. Com mais um diferencial: seu estatuto prevê que a escola desfile, mas não participe da disputa do carnaval. É uma apresentação cultural. Naquela época, Candeia afirmava que a disputa anual pelo campeonato das escolas prejudicaria a cultura do samba. Ele não estava gostando das regras que eram ditadas pelos organizadores, nem das imposições dos patrocinadores, nem da mídia. Para ele, o desfile era da comunidade, não das celebridades.

Desde sua fundação, os dirigentes não aceitam ajuda financeira que tenha como contrapartida o mando sobre atividades quilombolas. Candeia chegou a recusar 20 mil dólares de uma ONG americana, que queria gerenciar o projeto. O dinheiro para a montagem dos desfiles era dado pelo próprio Candeia ou arrecadado em shows promovidos em benefício da escola.

“Estou chegando ... Respeito mitos e tradições. Trago um canto negro. Busco a liberdade. Não admito moldes. Minhas portas estão abertas. Entre com cuidado. Aqui, todos podem colaborar. Ninguém pode imperar”, dizia Candeia, que para realizar seu sonho recebeu a ajuda de parceiros como Paulinho da Viola, Monarco, Elton Medeiros e o ator Jorge Coutinho.

Na época da escravatura, a região de Acari era onde os escravos se refugiavam. Nesta localidade, a cultura negra está presente em diversos lugares. Os CIEPs do local homenageiam negros em seus nomes: Zumbi dos Palmares, Nizinha Rainha da Angola, João Batista Matos e Antonio Candeia Filho. A avenida principal, que antes era chamada Automóvel Clube, virou Pastor Martin Luther King.
A luta quilombola de defesa de seus ideais e existência é constante e, me parece, que a comunidade local é grande incentivadora.

Pois bem, todo segundo sábado do mês, o Quilombo faz roda de samba. Ainda não estive lá, mas dá pra prever a energia de luta e resistência que o lugar transmite. A entrada é franca e a cerveja barata. Sábado agora tem. Porém, segundo o Carneiro, dia 22 desse mês é que vai ser o bicho! É que vai ter comemoração dos 75 anos que Candeia faria, se estivesse vivo.
Pra chegar lá, bastar descer na estação Fazenda Botafogo do metrô, linha 2. O Quilombo fica em frente à estação.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Boas do final de semana

Final de semana recheado de boas atrações, vejamos:

1 - Hoje tem o grupo DNA do Samba, no Balneário da Lapa - Mem de Sá, 63 . O grupo é formado por André, neto de Dona Ivone Lara; Diogo, neto do Noca da Portela; Nei T. Lopes, filho do Nei Lopes; Raoni, neto do Martinho e Ronaldo Mattos, filho do Nelson Sargento.
Conheci o Raoni, num churrasco, na Tijuca. O pessoal do Martinho é tudo gente fina. Acho que vou lá conhecer o grupo. DNA forte que esse pessoal tem!

2 - Hoje também tem o Samba do Trabalhador, no Mas será o Benedito - Gomes Freire, 599.
Terão como convidado especial o Toninho Geraes. É muito talento junto! O Benedito vai estar "iluminado" hoje!

3 - Nos sábados de agosto, os Partideiros do Cacique vão estar no Benedito. Nota 10 pra programação da casa, que ainda tem João Martins - "o saci rodopiou" - toda terça-feira.
Os Partideiros são a nova geração do Cacique de Ramos; carregam o astral e a guarda das tamarineiras do Cacique em suas apresentações.

4 - O Terreiro de Breque fará temporada no Bilhares Guanabara, tradicional sinuca na Praça Tiradentes. As apresentações serão nos dias 1, 15 e 29 de agosto. Ou seja, esse sábado tem.
Não conheço o grupo, mas me parece bem interessante a proposta deles de tocar e cantar o samba de breque, de terreiro e o samba sincopado, numa sinuca "das antigas", na Praça Tiradentes. É, no mínimo, instigante!

5 - Domingo eu separei um evento que me chamou muito a atenção. É a Domingueira do Bonifácio, produzido pelo Didú Nogueira, sobrinho do João Nogueira, primo do Diogo, filho da Gisa - outra família de DNA forte!
Pois o Didú, que é figura fácil no Bip Bip, caprichou na produção desse evento. O Centro Cultural José Bonifácio abrirá as 11:00 horas com exposição de quadros da Gisa.
As 13:00 horas começa roda de samba com o grupo Samba Urbano, com uma homenagem a Candeia, que completaria 75 anos, em 22 de agosto.
Tem mais; Nilson Athayde vai fazer pré-lançamento do seu CD intitulado "Samburbano", que é um trabalho de pesquisa sobre compositores do subúrbio e da Baixada.
Mais atração ainda. Haverá relançamento do livro "Candeia, Luz da Inspiração", de João Batista Vargens, e o lançamento de "Produção de Cultura no Brasil: da Tropicália aos Pontos de Cultura", de Aline Carvalho.
O Bufê Carioca, a cargo da chef Maria Inês Vernes, servirá petiscos e, como prato principal, uma carne seca com abóbora.
É pessoal, o Didú capricou!
O Centro Cultural José Bonifácio fica na Rua Pedro Ernesto, nº 80 – Gamboa. Ouvi falar que é um local muito agradável. Entrada gratuita. Horário: de 11:00 às 18:00.
Como chegar: da Central do Brasil até lá, são menos de cinco minutos de ônibus ou carro. Pode-se também pegar o C10, na Primeiro de Março; ele te deixa na porta do Centro.

Aproveitem!!
Abraços!

domingo, 26 de julho de 2009

Percepções

Moro em Niterói cerca de 7 anos. Passei minha infância e juventude em Friburgo. Morei no Rio, em Copacabana e no Flamengo. Escolhi Niterói pra morar - a cidade sorriso!
Comecei a criar raízes aqui na época do estágio na Imprensa Oficial, cuja sede fica aqui.
Niterói conserva um espírito amistoso, de conhecer e cumprimentar as pessoas na rua; os vizinhos, o dono do bar, o jornaleiro.
Eu, pessoalmente, preciso dessa sensação de pertencimento, de comunidade, que Niterói proporciona.
Pois bem; hoje fui a uma roda de samba no bar Tererê, em Icaraí - esquina de Mariz e Barros com Lemos Cunha.
Estava curioso pra conhecer essa roda.
O bar é bem receptivo, pessoal atencioso e preços honestos - cerveja a R$ 2,50 e dose dupla de capirinha.
Cheguei e fiquei oberservando a rapaziada tocando.
No intervalo, troquei umas palavras com o rapaz da percussão, que foi atencioso. Falamos sobre a música "Icaraí", gravada pela Beth Carvalho e pelo Cilico, no CD deste, lançado pela Niterói Discos, tempo atrás.
Elogiamos a música, que, a meu ver, é uma bela homenagem a Niterói. O rapaz me disse pra ficar à vontade pra fazer pedidos e até dar uma palhinha, ajudando a cantar.
Voltou o samba, peguei um guardanapo e anotei meus pedidos: "Icaraí "- já dissera que poderia ajudar na letra, mas sabia que era pouquissímo conhecida - "Ogum", do Zeca; "Meu lugar", Arlindo e "Cabô, meu pai", Moacyr Luz.
Pois o do pandeiro pegou o guardanapo, riu de "Icaraí" e "cagou" pro restante dos pedidos. Disse ele pro cara do violão: - "Toca umas três que você conhece e aí acaba". O da percussão ainda tentou falar de "Icaraí".
Aí, critico o restante do grupo que acatou o que disse o pandeirista.
Saí de lá meio desapontado, uma pena!
A intenção do blog é registrar percepções positivas como negativas.
Ainda não fui na Toca do Gambá, aqui no Barreto, que é muito elogiada! Só de acontecer na Zona Norte de Niterói, pra mim, já é interessante. Me desculpem minha implicância com o samba zona sul, mas minhas experiências sustentam minha implicância.
Vale a pena registrar que o samba do Convés, todo domingo, no Gragoatá, é bem gostoso; recarrega as energias pra começar bem a semana.
Coloco aí embaixo a letra de "Icaraí".

Icaraí, lugar tão lindo.
Icaraí é sedução.
Ainda me lembro aqui cheguei,
Num lindo dia de verão,
Confesso aqui deixei meu coração.
E agora que o sol vai-se embora,
Com a lua de fora é que pago pra ver.
Que a mocidade traz um samba pra valer.
E agora que o sol vai-se embora,
Com a lua de fora é que pago pra ver,
Toda a cidade, neste samba reviver.
Icaraí, que vem desde a Itapuca até a subida da Fróes,
Icaraí, os poetas ja não fazem mais Nictheroy.
Canto a beleza, lembro o Gentileza,
Histórias de rir.
Quantas saudades, meu peito invade do Petit-Paris.
Eu sei que o tempo não volta,
E o trolley faz volta no Canto do Rio.
E nas areias, sereias olhando o Rio.
Eu sei que o tempo não volta,
E o trolley faz volta no Canto do Rio,
E das areias, a melhor vista do Rio.


Abraços a todos e até a próxima!

terça-feira, 21 de julho de 2009

A culpa é do funk?

Corre a notícia de que uma lei, de autoria do Álvaro Lins - ex-chefe da Polícia Civil, ex-deputado, hoje preso em Bangu - que, praticamente, proíbe os bailes funk está sendo aplicada no Estado do Rio de Janeiro.
A famigerada lei estabelece que pra realizar um baile é preciso autorização do Batalhão da PM e do delegado, com 30 dias de antecedência; precisa de sistema interno de câmeras, com entrega das fitas para a Polícia; presença de seguranças autorizados pela Polícia Federal. Pura maquiagem, pois a intenção é barrar o funk!
Funk não é só "proibidão". Aliás, que hipocrisia, pois o BOPE também tem seus "proibidões".
Que Estado Democrático é esse que defende a anulação do funk como política pública de segurança. Duvido que os índices de criminalidade irão baixar com essa malfadada lei!
Tô preocupado. Foi noticiado pelo jornal O Fluminense que no Morro do Estado, em Niterói, a ordem da polícia é vetar qualquer lugar que toque música, a qualquer hora do dia. Esta ordem se sobrepõe inclusive a um acordo feito entre o capitão PM local e a comunidade. Este disse que o acordo não vale mais, pois a ordem veio do Comando Geral da PM e ele tem de cumprir.
Qual foi? E o favelado, como fica? Sem música, no Morro do Estado? Querem ressuscitar Chico Palha?

Angú salvador

Rapaziada,
Clube Guanabara vacilou. Chegamos lá na sexta, com bolo e tudo, pra comemorar meu aniversário e o porteiro dá a seguinte notícia: "-O samba foi cancelado".
Em cima da hora, pois na quarta liguei pra confirmar e tava tudo certo.
Fiquei parado dentro do carro pensando no que fazer. Primeiramente, avisar o pessoal que confirmou que ia. Depois, vamos pra onde? Afinal, o bolo tinha que ser comido. Foi a estréia da Fafá como boleira - aliás, mandou muito bem - e o doce tava provocante, seduzindo pra ser saboreado.
Lembrei que ia ter o grupo Berço do Samba no Angú do Gomes e tomamos o rumo do Largo São Francisco da Prainha.
Já havia estado lá uma outra sexta e simpatizei com o lugar e com o "Berço".
O que começou errado acabou dando certo!
O pessoal do "Angú" é bem bacana, atende bem, e, aliados à simpatia e atenção dos músicos do Berço do Samba, cria-se um ambiente agradável, despojado e festivo. Além, é claro, dos gostosos quitutes servidos.
Valeu "Angú"!
À propósito, conversando com o pessoal do Berço do Samba, fui informado que eles têm projeto novo aí pra frente. Se apresentarão com Noca da Portela, Rita Ribeiro. Vem coisa boa por aí!

Abraços e até a próxima!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Aniversário

Rapaziada,
sexta-feira completo 26 verões.
Vou estar lá no Clube Guanabara - Botafogo, perto do Mourisco, 20:00 horas.
E, adivinhem o que tem lá? Samba, claro. Roda do Marquinhos PQD e Adilson Bispo.
Apareçam por lá, pra gente trocar uma idéia, beber uma cerveja.
Abraços!!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Fora "Fantástico"

Ontem, domingo, teve apresentação do enredo da Tuiuti, escola que abriga o Tamborim Sensação. Nós, alunos, fomos convidados pelo Mestre Ricardinho a participar da festa.
A bateria deu show - foram os comentários ouvidos - eu sou suspeito de falar. Tava lá, no meio, com meu surdo de 2ª marcação.
A festa acabou, mas minha adrenalina/disposição não. Fui pro Bip Bip, Copacabana, festejar o desempenho da bateria no bar do Alfredinho. Renatinho Partideiro, do Cacique, tava lá e agitou a roda.
Bela noite de domingo! Fora "Fantástico"!
Lembrando que vai ter feijoada da Tuiuti todo 2º domingo do mês. Arlindo Cruz vai estar na próxima. Apareçam por lá!
Abraços e até a próxima!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Santa Sexta!

Sexta passada fui à feijoada do Ratinho, na sua casa.
Peguei o metrô no Largo do Machado e fui até Maria da Graça. Lá, peguei uma kombi até o Norte Shopping, desci, andei um pouco até chegar na Toca do Rato.
Cheguei lá suando. Acho que misturou o fato de ter feito uma pequena caminhada com a ansiedade em chegar na casa do bamba - fui sozinho.
Tinha pouca gente, o que deixou o ambiente bem à vontade. Comi a feijoda divina da Denise, com o propósito de iniciar os trabalhos etílicos.
A roda começou legal. Fui convidado a sentar em uma mesa, conheci duas figuras bem divertidas, Pereira e o amigo do Pereira (foi assim que ele se apresentou).
O auge desse anoitecer foi justamente quando a roda parou para o intervalo. Vou explicar o paradoxo:
Os músicos foram até o galpão pra recarregar as pilhas. Aí juntou a assistência, junto com o Ratinho, o talentosíssimo Abel (Sivuquinha) e o samba comeu solto. Só na capela! A caixa de som chegou a reclamar pelo abandono; chiou forte uma hora.
Puxei algumas do CD do Ratinho, transparecendo minha admiração juvenil por este compositor.
E assim foi até a hora de ir embora. Demoramos quase uma hora em frente ao portão; o canto continuava, a assistência tava com a corda toda!
Peguei um táxi com o Pereira e seu amigo com destino final no Humaitá (casa da Marina).
Pausa pra falar que o subúrbio tem um encanto, um estado de espírito, que me é tocante.
Após me encontrar com a morena fomos até o Clube Guanabara, em Botafogo, curtir a novidade: roda do Marquinhos PQD e Adilson Bispo, com o grupo Improviso.
Ótima! Ambiente bom de clube, nada de Country! Cerveja gelada e petiscos a R$6,00.
Marquinhos finalizou cantando "Ogum".
Ogunhê! Santa sexta-feira!
Abraços!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Viva o RJ!

Fui fuxicar a agenda samba-choro - http://www.samba-choro.com.br/ - e olhem as maravilhas que encontrei!

1 - Marquinhos PQD e Adilson Bispo, feras da composição, fazendo roda de samba, com o grupo Improviso, no Clube Guanabara, às sextas. Só pra lembrar, PQD é co-autor de "Ogum", gravada no último CD do Zeca e que tá na boca do povo.

2- Ratinho tá fazendo samba e feijoada toda primeira sexta do mês (ou seja, essa sexta tem) na sua "Toca". Já falei do Rato aqui no Samba, Etc.

3 - O simpático grupo Berço do Samba (Alô Serginho Corrêa!) vai estar no Angú do Gomes também nessa 6ª. É, as carrocinhas de angú deram origem ao bar/restaurante! Fica ali no Largo São Francisco da Prainha, onde os Escravos da Mauá ensaiam.

4 - Pagode da Tia Doca vai receber o Sombrinha no domingo, em Madureira. Sombrinha, em resumo, é um dos fundadores do Fundo de Quintal, turma do Cacique! Quem comanda a roda é o Nem, filhote da baluarte da Portela que dá nome ao Pagode. Deve estar orgulhosa lá de cima, o Nem tá segurando a onda legal - o samba continua comendo solto!

5 - Pra completar, tem comemoração dos 250 anos da Tijuca. Sexta, sábado e domingo o Samba da Ouvidor (do talentoso Gabriel) recebe o mestre Moacyr Luz. Imperdível! Vai ter show todo final de semana do mês, na Praça Saenz Peña.

Mais detalhes e mais dicas, na agenda samba-choro.
Pra quê Viradão?! Viva essa cidade!
É, "tirem as flechas do peito do meu padroeiro, que Sâo Sebastião do Rio de Janeiro, aonde pode se salvar!"
Abraços!!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Tamborim Sensação

Esse ano coloquei na cabeça que iria entrar em uma oficina de percussão. Sempre admirei as baterias de escolas de samba e dos blocos. Quando as baquetas começam a "cutucar", o sangue corre mais forte, a ancestralidade dá suas caras, efervescendo o físico e o transcendental.
Ansiedade danada, pois as oficinas que procurei só iriam começar em abril, depois mudou pra maio e a inquietude não cessava.
Fui na primeira aula do Bloco do Vigário (bloco de Niterói, aonde moro). Proposta legal, mas não continuei, vi que não era bem aquilo que tava procurando.
Aí achei o que buscava (eu não sabia direito ainda o que era).
Quadra da Paraíso do Tuiutí, em frente ao campo de São Cristovão. Espírito acolhedor, gente que respira samba, que vive o seu valor. Tô falando da oficina do Tamborim Sensação!
Ricardinho é o mestre, o regente da escolinha. Sua mãe, a gente boa Jandira, cuida da burocracia.
Dois meses de TS, como a oficina é carinhosamente chamada, e já toquei em bingo da Tuiutí, fui avaliado sábado passado (com presença de jurado e tudo) e vem aí a Festa Junina!
Quem quiser conferir, passa lá em http://www.tamborimsensacao.com.br/
Abraços!!!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Samba bom

Hoje tem o necessário Samba do Trabalhador comandado por Moacyr Luz, no Estrela da Lapa. Quem não conhece e não tem como ir às segundas no Clube Renascença tem hoje essa oportunidade.
Amanhã, sábado, tem a Santa Feijoada do Marajoara, em Niterói. Dorina, Ircéa Pagodinho e Ivan Milanez estarão por lá. A Ircéa não é apenas irmã do Zeca; já cantava antes do irmão fazer sucesso, deu uma parada e está voltando a fazer apresentações agora. Sua voz é forte e bela!
Milanez foi precurssor, junto com Marquinhos de Osvaldo Cruz, do movimento sambista na Lapa. Faziam a roda ali embaixo dos Arcos, longe dos preços de couvert cobrados hoje. Dorina é raiz, carinhosamente, a musa do Irajá.
O Clube Marajoara fica na Alameda São Boaventura n. 121, Fonseca.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ratinho

Ganhei da minha sogra (gente muito fina, Dicró precisa conhecer) o CD "O Rato sai da toca" do também gente finísima Ratinho.
Ratinho é autor de "Coração em desalinho", "Vai vadiar" (só pra citar as famosas), parceiro do Monarco, Zeca Pagodinho.
Esse ano, no dia de São Jorge, fui a sua casa, a Toca do Rato, curtir o samba e feijoada que ele havia preparado junto com Denise, sua esposa.
Estou encantando por esse sujeito! Cara simples, recebe bem!
O seu CD é um diploma do samba genuíno! Quase todas as letras são parcerias dele com o Zeca. Revelam a habilidade de compor do sitiante de Xerém.
Ratinho é lanterna, que vem do ancestral, é moderna, bem mais que o modernoso! Como afirma Moacyr Luz e Aldir Blanc e afirmava Luiz Carlos da Vila em "Cabô meu pai".
Abraços e até a próxima!

Status Suíno

Santo Inácio suspendeu as aulas porque houveram 2 casos de gripe suína. Escola Parque informou a ocorrência de 1 aluno com H1N1.
O secretário estadual de saúde viajou para o exterior e está com suspeita.
Sei não, acho que contrair o vírus suíno vai ser sinônimo de status.
" Fui a Nova Iorque e peguei". "Passei um finde em Buenos Aires e contraí". " Amiga, comprei uma máscara linda".
Sai pra lá, porcada!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Primeiros passos

Fala povo! Tá inaugurado o blog!
A partir de leituras dos blogs youpode.com.br/blog/blogdomoa; butecodoedu.blogspot.com; fernandomolica.com.br/blog, entre outros, me bateu a vontade de ter o meu.
Tô começando bem despretensioso, a idéia é ir aperfeiçoando a escrita.
Recomendo a leitura dos blogs que citei acima. O Moacyr Luz (Moa) como blogueiro tem a mesma competência como compositor, cantor, organizador de roda de samba. Viva o Mandigueiro!
As digressões (como ele diz) do Eduardo Goldenberg são divertidíssimas!
Fernando Molica é mestre na escrita!
Inauguro então o blog Samba Etc com a indicação dos blogs acima.
Ainda vem muita história minha por aí!
Abraço e até a próxima!!