domingo, 23 de outubro de 2011

Samba-enredo em disputa

Eis que acabaram as definições de samba-enredo pro carnaval 2012.

Acompanhamos mais de perto a disputa do samba na Vila. Tava na torcida pra que o samba do Raoni, Mart`nália, Carlinhos Petisco, Agrião e Serginho 20 fosse o escolhido.

No final, Arlindo Cruz, André Diniz e cia. sagraram-se campeões.

Seria injusto vir aqui falar que o samba campeão é ruim, simplesmente porque não é. É bom, assim como era o nosso favorito.

Porém, seguem algumas impressões.

Vou começar pela emoção - não consigo fugir da passionalidade - quando vi a Dandara aos prantos no início da apresentação do samba pra qual torcíamos. É latente, plenamente perceptível (e factível), a união da família Ferreira em torno do samba. Todo mundo participa, ajuda, empunha a bandeira. Acho isso muito valoroso.



Durante a apresentação em si, vimos que o samba foi bem recepcionado, cantado, bem solto e espontâneo - fatores que deveriam ser os mais importantes na escolha.

Seguindo o cronograma, o locutor anunciou os preparativos pro próximo samba (que sagrou-se vencedor). Eu tava de coração aberto, queria assistir a esta apresentação numa boa, sem ficar tascando críticas por torcer pelo outro samba.

Isso era o que eu queria, porém a apresentação já começou cheia de arrogância - tenho testemunhas isentas (que não eram torcedores de nenhum samba) do que aconteceu.

A torcida do Arlindo e André chegou empurrando, sem nenhum tato (falta de educação mesmo). Queriam espaço e já ostentavam marra de campeões.

Falei para um dos caras que ele não estava ali como "harmonia", porém o sujeito se portou como um miliciano, poder paralelo e oficial ao mesmo tempo; mostrou até a "carteira" de "harmonia", numa atitude grotesca e "policialesca", quando deveria se comportar como torcedor, pois, A PRINCÍPIO, o samba campeão NÃO estava definido.

O presidente Wilsinho, enquanto isso, pulava no palco, participava da apresentação daquele samba, demonstrava freneticamente que já tava tudo resolvido. Teoricamente, tsc, ele era membro da comissão julgadora (se é que essa realmente já existiu alguma vez).

Vale lembrar que o samba campeão foi bem recepcionado apenas nos camarotes (por que será?), na QUADRA (o que deveria contar de verdade) a recepção não foi das melhores.

O desfecho da disputa só confirmou as impressões que tivemos; tudo já acertado.

Continuo admirador do Arlindo, o André Diniz também é talentoso, mas é desanimador constatar as negociações de bastidores.

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Por outro lado, Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo, Toninho Nascimento e o Naldo nos deram um alento, clarearam nossas esperanças. Se o samba deles não fosse o escolhido seria a desmoralização final da Portela.



Parabéns pela perseverança! E, claro, pelo HINO que fizeram.

Acredito que o caminho é perseverar, não deixar de disputar; que o "lado bom da força" se articule. Entregar o jogo para os puramente negociantes acho que não é a melhor saída.

Abraços!!!

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