sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O jurado Ciça

Amanhã tem avaliação no projeto Tamborim Sensação (TS) - já falei do TS por aqui.
Seremos avaliados pelo Wantuir (intérprete da Grande Rio) e pelo excepcional Mestre Ciça.

Ah tempo bom de Viradouro! Dominguinhos, Ciça e Juliana.
A Vira tá implorando, de joelhos, pra Luciana Gimenez, tsc, vir à frente da bateria ano que vem. Que merda. Só falando assim mesmo.
Tirando a aprentadora da Rede TV, me falaram que a escola tá com boa safra de sambas esse ano. Tomara! Tem o Wander na voz também.

Voltando ao Mestre Ciça (que hoje tá na Grande Rio). Quando fiquei sabendo que ele seria jurado, coração bateu mais forte. Sou fã das suas invenções e venerava a bateria da Viradouro.

Me lembro da primeira vez que fui na quadra da escola. Tava lá fora, na fila pra comprar ingresso, quando a bateria começou a tocar acompanhado o samba do ano anterior (enredo sobre Bibi Ferreira). Coração parecia que ia pular pela boca. Adrenalina a mil por hora. Escutava o samba e lembrava da Luma e toda a bateria se curvando no refrão "A Viradouro, meu amor, faz a homenagem". Lembram-se disso? Entrei na quadra, e aí, meu irmão, fiquei igual a pinto no lixo!

Amanhã o TS também promete fortes emoções. Provavelmente, o Ciça vai dar uma palhinha à frente da bateria, depois da avaliação. Como os outros mestres-jurados fizeram.

É suco de maracujá pra acalmar! Depois vai rolar um churrasquinho de confraternização.

A partir de 17:30, na Quadra da Paraíso do Tuiuti, São Cristovão. Em frente a Feira de Tradições Nordestinas. www.tamborimsensacao.com.br

Abraços!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Toca

Fiquei envolvido, semana passada, com o término de um trabalho. Dei uma sumida por aqui.

Domingo passado fui (até que enfim) na Toca da Gambá, aqui em Nikity, no Barreto. Os elogios que eu havia escutado foram confirmados. Ambiente simpático, aprazível e o pessoal do Samba da Amendoeira segura a roda legal; muito bom o grupo.
O convidado foi o Ciraninho, parceiro do Diogo Nogueira em várias letras; tricampeão de samba-enredo na Portela.
Cara novo, pinta de playboy. Já rola aquele olhar meio desconfiado, confesso. Pura bobagem.
Ciraninho foi certeiro. Quando pegou o microfone foi logo dizendo alguma coisa tipo "pinta de sambista, que eu não tenho", desarmando os olhares desconfiados.
Só sei que o rapaz mandou ver no samba; agitou a turma. Também foi simpático, carismático, fez piada do Diogo Nogueira, "aquele feio"', segundo ele.

Os petiscos servidos foram honestos, na quantidade e no preço. O isopor com gelo e cerveja em garrafa também é uma boa. A Toca é um "doce refúgio", em Niterói.

Quem quiser conferir o site: http://www.tocadagamba.com/

Abraços! Até.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

As Ruas e o Povo

Essa semana fiquei pensando sobre minha inclinação em estar atento às questões populares, no meu interesse em observar os movimentos do povo, das ruas.
Li um post no blog do Samba da Ouvidor - http://www.sambadaouvidor.blogspot.com/ - em que o Gabriel fala alguma coisa sobre a espontaneidade de momentos vividos com populares, na ocasião das rodas que ele participa.
Li também o Edú Goldenberg - http://www.butecodoedu.blogspot.com/ - falar sobre os tijucanos que não conhecem o cheiro do asfalto e das ruas da Tijuca e são contrários a um projeto de moradia popular em uma área desativada do supermercado Carrefour.

Me lembro que essa minha militância pelas causas populares vem desde à época de pirralho. Minha sina é ser precoce!
Em 1990, tinha 7 anos, e Brizola iria fazer um comício (campanha pra governador) em Friburgo, aonde eu morava. Coloquei camisa social azul (a única que tinha), lenço vermelho no pescoço, colei um santinho do Briza no peito e pedi pra meus pais me levarem no comício. Sou grato por eles terem me levado. Momento especial pra mim!
Cheguei a fazer militância político-partidária, mas isso, hoje em dia, pra mim, é muito difícil, apesar de gostar de acompanhar política e ter minhas preferências partidárias.

O meu gosto é por flanar, como dizia João do Rio (enredo do Império Serrano pra 2010), é de observar o que se passa na rua, qual a linguagem do povo e o que ele vivencia; qual é seu sentimento.
Saio do trabalho, no final da Praia do Flamengo, e vou andando até às barcas, pra ver o que se passa no Flamengo, Catete, Lapa e Centro. Gosto disso!

Na faculdade, certa vez, a professora de Direito Internacional comentou que já fora a Vila Mimosa, com seu esposo, algumas vezes, pra tomar cerveja, pra conhecer o lugar. Foi repreendida pela turma, que fez piadinha. Ela retrucou, dizendo que tinha o objetivo de ser juíza. Mas uma juíza que conhecesse a realidade das ruas, dos becos, a fim de evitar a decretação de sentenças surreais, que borbulham por aí. Passou sermão mesmo. Falou que a turma, em sua maioria, era formada por gente formada nos melhores colégios de Niterói, acostumada a circular pelo circuito Icaraí-São Francisco-Itacoatiara. Disse que essa turma que assume a magistratura não conhece povo, apesar de decidir o rumo deste. Concordei com ela.

Tenho a impressão de que ainda somos minoria. Grande parte dos "formadores de opinião" desse país ainda lê Veja e O Globo (pessoal do Rio) sem senso crítico e sai por aí defendendo o que dizem esses excrementos midiáticos.

Continuamos na luta contra a canalhice dos que sustentam "nariz de peido", como bem disse o Alfredinho, certa vez no Bip Bip, por possuírem mais riqueza material do que o povão.

Mas, como diz o Zeca, no seu último CD, Uma Prova de Amor, "...essa gente que tem, não aprende a lição, com esse povo que nada tem, mas tem bom coração" . Música: "Eta povo pra lutar". Composição: Brasil , Badá, Magaça, Bernine.
Ou ainda, sincretizando na fé: "O pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é nada". Música: "Sujeito Pacato". Composição: Serginho Meriti, Claudinho Guimarães.

Abraços. Até mais!!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Deixa Clarear


Faz tempo que sinto falta do CD "Deixa Clarear", do Zeca Pagodinho. Havia perdido há um tempão; comprei outro ontem

O ano do seu lançamento foi 1996. "Tinha eu 13 anos de idade". Esse CD me marcou muito. Me emocionei ao ouví-lo ontem, novamente.

Voltando a 1996. Nessa época eu era atleta, nadador do Flamengo. Por conta disso, tive que me mudar de Friburgo, da minha casa, para o Rio. Passei a morar em Copacabana, com uma família nota 10: um grande amigo do meu pai, Raul, sua esposa e sua mãe. Fui muito bem acolhido por eles.

Foi nesse processo de mudança (de escola, de cidade e amigos, enfim de estilo de vida), de ritmo intenso de treinos e cobrança própria por desempenho em competições que começei a encontrar no SAMBA meu "doce refúgio".

Ganhei o "Deixa Clarear" da mãe do Raul, a saudosa Dona Edna, que percebia o quanto a música, o SAMBA, eram valorosos pra mim.

Quando coloquei o CD pra tocar ontem, percebi que me lembro de todas as músicas e grande partes dos detalhes cantados e falados.

Dudú Nobre estreiando na faixa "Velho Ditado" e o Zeca dizendo que vai chamar moleque Dudú pra cantar com ele. Essa música diz "Eu sou mais meu chinelo de dedo, do que cromo alemão apertado". Me lembro do meu pai que, numa festa de reveillon, em Pádua, vestiu calça e camisa social e chinelo de dedo. Ainda tirou onda, citando o trecho da música. Lembra disso, meu velho?

Quanto à faixa-título "Deixa Clarear", esta diz "Vamos naquela tendinha que a Dinha jurou que tem, caninha da boa tem, sardinha fritinha tem". Me lembro de uma vez em Niterói, eu com 14/15 anos, junto com Rodrigo, parando numa tenda, na Engenhoca, com Lia e Soneca, num início de noite. Pensei comigo mesmo "-Essa deve ser uma tenda como a da Dinha." Fomos eu e Rodrigo pra casa enquanto seus pais avisaram que iriam ficar na tenda. Certíssimos!

O que acho bastante interessante é que quando ganhei o CD, me encantei por suas músicas e "causos" contados, apesar de, na época, não me ater muito aos nomes dos compositores, confesso.

Hoje, quando vejo que são composições de Ratinho, Marquinhos PQD, Beto Sem Braço, Barbeirinho do Jacarezinho percebo o quanto é instintivo meu interesse e fascinação pelo universo desses compositores.

Me deixei clarear por este CD.

Abraços!!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Vitória do Funk

Comentei aqui sobre a famigerada lei, do ex-deputado Álvaro Lins, que criava uma série de restrições (proibia praticamente!) em relação aos bailes funk.
Pois a massa funkeira se organizou, protestou e nessa segunda-feira que passou (31/08) essa preconceituosa norma foi revogada pelos deputados estaduais do Rio.
No site do jornal Extra - extra.globo.com - existe um vídeo que registra a comemoração dos funkeiros nas galerias da ALERJ, cantando "Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci, e poder me orgulhar e ter a consciência que o pobre tem seu lugar". Registro histórico, na minha opinião.
Vale ressaltar a presença dos sambistas junto aos funkeiros; Neguinho da Beija-Flor e Ivo Meirelles (presidente da Mangueira) estavam por lá.
Parabéns ao MC Leonardo. Tive a oportunidade de conhecê-lo e observar sua convicta militância pelo funk.

Abraços!