quinta-feira, 10 de setembro de 2009

As Ruas e o Povo

Essa semana fiquei pensando sobre minha inclinação em estar atento às questões populares, no meu interesse em observar os movimentos do povo, das ruas.
Li um post no blog do Samba da Ouvidor - http://www.sambadaouvidor.blogspot.com/ - em que o Gabriel fala alguma coisa sobre a espontaneidade de momentos vividos com populares, na ocasião das rodas que ele participa.
Li também o Edú Goldenberg - http://www.butecodoedu.blogspot.com/ - falar sobre os tijucanos que não conhecem o cheiro do asfalto e das ruas da Tijuca e são contrários a um projeto de moradia popular em uma área desativada do supermercado Carrefour.

Me lembro que essa minha militância pelas causas populares vem desde à época de pirralho. Minha sina é ser precoce!
Em 1990, tinha 7 anos, e Brizola iria fazer um comício (campanha pra governador) em Friburgo, aonde eu morava. Coloquei camisa social azul (a única que tinha), lenço vermelho no pescoço, colei um santinho do Briza no peito e pedi pra meus pais me levarem no comício. Sou grato por eles terem me levado. Momento especial pra mim!
Cheguei a fazer militância político-partidária, mas isso, hoje em dia, pra mim, é muito difícil, apesar de gostar de acompanhar política e ter minhas preferências partidárias.

O meu gosto é por flanar, como dizia João do Rio (enredo do Império Serrano pra 2010), é de observar o que se passa na rua, qual a linguagem do povo e o que ele vivencia; qual é seu sentimento.
Saio do trabalho, no final da Praia do Flamengo, e vou andando até às barcas, pra ver o que se passa no Flamengo, Catete, Lapa e Centro. Gosto disso!

Na faculdade, certa vez, a professora de Direito Internacional comentou que já fora a Vila Mimosa, com seu esposo, algumas vezes, pra tomar cerveja, pra conhecer o lugar. Foi repreendida pela turma, que fez piadinha. Ela retrucou, dizendo que tinha o objetivo de ser juíza. Mas uma juíza que conhecesse a realidade das ruas, dos becos, a fim de evitar a decretação de sentenças surreais, que borbulham por aí. Passou sermão mesmo. Falou que a turma, em sua maioria, era formada por gente formada nos melhores colégios de Niterói, acostumada a circular pelo circuito Icaraí-São Francisco-Itacoatiara. Disse que essa turma que assume a magistratura não conhece povo, apesar de decidir o rumo deste. Concordei com ela.

Tenho a impressão de que ainda somos minoria. Grande parte dos "formadores de opinião" desse país ainda lê Veja e O Globo (pessoal do Rio) sem senso crítico e sai por aí defendendo o que dizem esses excrementos midiáticos.

Continuamos na luta contra a canalhice dos que sustentam "nariz de peido", como bem disse o Alfredinho, certa vez no Bip Bip, por possuírem mais riqueza material do que o povão.

Mas, como diz o Zeca, no seu último CD, Uma Prova de Amor, "...essa gente que tem, não aprende a lição, com esse povo que nada tem, mas tem bom coração" . Música: "Eta povo pra lutar". Composição: Brasil , Badá, Magaça, Bernine.
Ou ainda, sincretizando na fé: "O pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é nada". Música: "Sujeito Pacato". Composição: Serginho Meriti, Claudinho Guimarães.

Abraços. Até mais!!

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